
Poucos sentimentos se comparam a alegria de ver materializado uma ideia, um desejo totalmente original. É tal a valorização que damos a materialização de nossas ideias, que convencionalmente temos um órgão que normatiza e garante a originalidade ao seu criador. No caso do Brasil, este órgão é o INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
Segundo os historiadores, Michelangelo ao término de sua obra intitulada Davi (1501 a 1504) ficou tão impressionado com o resultado de sua criação, que chegou a golpear a estátua (produzida em mármore) e exclamar “Parla, parla…”. Michelangelo, Michelangelo… se visses com qual perfeição reproduzimos “o seu Davi” em nossas impressoras 3D, certamente se voltaria para uma de nossas máquinas e exclamaria: Com’è possibile? Com’è possibile? Sim, é possível. Quase tudo o que a imaginação consegue elucubrar, conseguimos reproduzir.
Mas não é sobre história que hoje falaremos. O que nos move a preencher essas linhas, refere-se a algo que nos toca de perto. Aquilo que impulsiona a desenvolvimento do nosso país, e propicia opções de escolha em nossas realizações profissionais. Estou me referindo ao mercado. Mercado enquanto relações de trocas entre produtos e produtores; ou, qualquer relação de troca objetivando benefícios para ambas as partes. Porém, não vamos falar do “mercado” genericamente. Vamos especificar nossas inquietações e responder a seguinte pergunta: o que o “mercado” da impressão 3D movimenta em termos de “mercado”? Já pensaram nisso? Caramba… Vai ser difícil sair dessa, mas vamos lá.
Quando você recebe a sua miniatura do “Davi de Michelangelo”, já imaginou todas as pessoas, produtos, serviços e materiais que estão imbricadas nessa produção? São tantas as possibilidades que vamos enumerar somente algumas.
Em matéria publicada no site IndustriAtividade (portal de notícias da indústria no Brasil), Mônica Carpenter, diretora da Aranha eventos, comenta que um dos setores mais beneficiados pela impressão 3D é a indústria. Estamos falando de diversos setores, como o automotivo, arquitetura, decoração, brinquedos, a medicina, o setor aeroespacial, construção, agricultura, etc. Quer mais? Segundo Mônica estima-se que até 2027, 10% de tudo o que for produzido no mundo será impresso em 3D. Quer mais?
Qual é o princípio funcional de uma impressora 3D? Diversos tipos de elementos desde de alimentos (olha outro mercado sendo atingido), filamentos de pó, plástico, metal (mercado das matérias primas), etc, etc., e etc. Ou seja, a relação com o mercado de matérias primas e quase imensurável, tal é a quantidade de possibilidades que emerge deste panorama. E olha, devemos pensar que o mercado de matéria prima é afetado desde a extração do elemento em estado bruto (muita mão de obra envolvida nisso), até o momento de sua elaboração industrial objetivando o atendimento da indústria 3D – incluindo os “tiozionhos” do transporte. Quer mais?
Pessoal, já imaginaram todas as classes do profissionais envolvidas – com a mão na massa – no mercado de impressão 3D? Quem são as pessoas que elaboram os protótipos? Quem são os que manuseiam as máquinas? Quem são os que consertam e realizam a manutenção nas impressoras? Quem são os que realizam a logística? Quem são os realizam os retoques e a arte final? Quem são os que promovem a propaganda com elaborações de sites e campanhas?
Quem são os elaboram os sites para as empresas de impressão? Certamente correrei o risco de me esquecer de muitos envolvidos neste processo. Deu para ter uma ideia que quantos profissionais estão envolvidos neste trabalho? Quer mais? Segundo matéria publicada no site marxpress elaborada pela GPCOM – comunicações corporativas – o mercado de impressão 3D impulsiona outro, o da comunicação. O que? Isso, mesmo. Se você pensou em marketing, propaganda, design e moda… Acertou.
Com a impressão 3D essas áreas materializam suas ideias e interagem entre si contribuindo com a idealização do produto final que veiculam. Não é de se duvidar se em breve as universidades introduziram em sua grade curricular – nas áreas acima mencionadas – disciplinas que propiciam conhecimento em impressão 3D – Opa… será que o mercado educacional também será (é) afetado? Nem vamos pensar nisso agora, deixemos essa consideração para um próximo artigo.
Uma coisa é certo, ainda não conseguimos mensurar todas as possibilidades envolvidas com o mercado da impressão 3D. Neste sentido vemos homem perdendo o controle de sua própria criação – se os grandes descontroles da humanidade fossem como esse, que alegria, hein.
Bis bald.
Weber Suhett.